quinta-feira, 8 de maio de 2008

Os Castelos da Reconquista






Ao constituir-se Portugal como nação independente, já toda a região nortenha que foi berço da nacionalidade nascente se achava pontuada de numerosos castelos, uns como centro de defesa das principais povoações. outros assentes em quase inacessíveis cabeços, nos pontas estratégicos dominantes do transito dum eventual invasor. Rede de fortificações, essa, que a seguir se ampliou com o avanço da conquista do território nacional, e pouco a pouco se enriqueceu com novas construções, determinadas pela conveniência de defender as fronteiras, e, aquém delas, pelo interesse de garantir melhor a defesa regional. Em regra, o castelo era uma edificação complexa, constituída essencialmente por uma alta torre central, a chamada torre de menagem, em volta da qual se estendia um terreiro maior ou menor, com casas de habitação e arrecadações, tudo cercado por uma tinha de muralhas, cujo traçado dependia da configuração do terreno. e sobre as quais se alongava um corredor (adarve) defendido por um parapeito coroado de ameias ou cortado de seteiras, ao qual se subia por escadas de pedra incrustadas às paredes interiores da muralha. Duas portas, pelo menos, se abriam nas muralhas, uma ampla, a principal, e outra tradicionalmente chamada porta da traição, esta de proporções modestas, por isso facilmente defensável, situada um tanto dissimuladamente em conveniente ponto da muralha, quanto possível afastada daquela, e dando saída para os campos no caso do castelo adstrito à defesa duma povoação. A espaços, e pelo menos aos lados da porta de entrada, erguiam-se torreões igualmente ameados. Por vezes havia uma outra linha de muralhas, mais avançada e menos alterosa, chamada barbacã, onde os atacantes encontrariam a primeira resistência. Dominando o conjunto erguia-se a torre de menagem, mole quadrangular de grossíssimas paredes, rasgadas de onde a onde por estreitas frestas, pelas quais recebiam uma escassa luz os seus três ou quatro pisos, e na qual se entrava por uma porta situada não ao nível do solo, mas na altura do primeiro andar, dando-lhes acesso uma escada volante, de madeira, portanto. Eventualmente, se a porta ficava à altura do adarve fronteiro, comunicava com este por uma ponte, fácil de retirar ou cortar. Um terraço cimeiro, dotado de parapeito ameado, completava esta capital pega do castelo. Por sobre o adarve das muralhas vigiavam as sentinelas em tempo de guerra ou de perturbações. A suprema autoridade era exercida no castelo pelo alcaide-mor. Ao tomar posse, o nomeado obrigava-se a defender até ao último sacrifício o castelo que lhe era confiado, cerimónia denominada homenagem, ou, na forma vocabular medieval, menagem, nome de que resultou o da torre assim chamada. Normalmente, o alcaide-mor residia no castelo, para sua sustentação concorriam os moradores de certos lugares da região, conforme normas tradicionais. O recebimento de tais prestações, em géneros, dinheiro, ou numa e noutra destas espécies, constituía apreciável rendimento. Nos primeiros tempos, os castelos foram de aparência rude. Porém, desde o século Xlll, uma progressiva feição artística começou a animar, com alguns estéticos traços, ao sabor dos sucessivos estilos, algumas dessas edificações; e no começo do século XVI fez mesmo surgir, na exuberância do manuelino, algumas maravilhas, como a chamada Torre de Belém, para finalmente regressar, nos séculos XVII e XVlll, ao severo aspecto das fortificações.




Alguns Castelos da Reconquista
Alcacer do Sal
Lisboa
Santarém

Realizado por Pedro Campos

1 comentário:

Anónimo disse...

ganda trabalho (L) PJ